Confesso que torci o nariz a primeira vez que ouvi falar que fariam uma série baseada no filme “Uma Equipe Muito Especial”, de 1992, protagonizado por Tom Hanks, Geena Davis e pela minha diva Madonna. Tinha receio que o seriado, produzido pela Amazon Prime, não fizesse jus ao clássico, que foi um grande sucesso de bilheteria há 30 anos.
Mesmo desconfiada, decidi assistir o piloto e, para a minha grata surpresa, eu estava enganada, a série “A League of Their Own” é ótima, uma delícia de assistir. Diverte e emociona tanto que maratonei todos os oito episódios em um dia.
“A League of Their Own” acompanha um grupo de mulheres tentando adentrar o universo do beisebol em uma época onde o esporte era praticado apenas por homens. Carson Shaw (Abbi Jacobson) lidera a equipe e se esforça para manter o espírito de suas companheiras vivo em meio as adversidades que vivem. Mas, além dos treinamentos exaustivos e campeonatos acirrados, essas mulheres também vivem vidas pessoas complexas, entre romances proibidos e vidas familiares abusivas. Mas elas encontram umas nas outras uma forte amizade que as ajuda a superar qualquer problema. (Fonte: Adoro Cinema)
O elenco reúne um grupo de atrizes extremamente talentosas e o roteiro levanta as bandeiras certas e ressalta a importância da liga de beisebol feminino em um tempo dominado pelo machismo e o racismo.
As jogadoras tiveram que enfrentar muitos desafios, para se ter uma ideia, elas tinham que jogar de saia, por determinação dos donos dos times. Isso, sem contar com as barreiras que as mulheres pretas enfrentavam sendo impedidas de participarem da liga principal, como as mulheres brancas.
A jornada das heroínas é um retrato da sociedade em um passado recente, mas também nos chama a atenção para os preconceitos que nós mulheres, de qualquer profissão, enfrentamos ainda hoje em dia.
Na realidade, o seriado é bem diferente do filme. E admito que as mudanças no roteiro foram para melhor. Uma das mais importantes é relacionada à figura do técnico, que na telona foi interpretado por Tom Hanks, mas na série é uma força tarefa das jogadoras. Não vamos dar spoilers, pois vale a pena mesmo conferir.
Outro destaque do roteiro foi o foco na comunidade LGBTQI, especialmente como as mulheres lésbicas eram tratadas e porque elas viviam no armário através da relação amorosa entre as jogadoras. O tema foi abordado com sensibilidade e movimento um tanto a estória.
Mas o que mais me surpreendeu foi que o seriado fugiu do clichê e abordou as relações entre as mulheres de uma forma realista. Teve amor, drama, muito companheirismo, respeito, incentivo e amizade, o que não é muito comum vermos nas séries que, geralmente, incentivam a competitividade entre nós mulheres. Nota 10!
Agora, o que a série tem em comum com o filme é que essas craques, na época, não tinham ideia que estavam prestes a mudar a história do esporte como o primeiro time feminino da liga americana de beisebol, que mudaria não só a vida delas como abriria portas para gerações de mulheres esportistas dali pra frente.
Imperdível!