Por: Matheus Fabbris
Em mais uma cabine de imprensa pela nossa parceria incrível com a Warner Bros Brasil, fomos conferir “No Coração Do Mar“, grande produção que chega às telonas para reviver a incrível história de Moby Dick.
No inverno de 1820, o barco baleeiro da Nova Inglaterra Essex foi atacado por algo em que ninguém podia acreditar: uma baleia de imenso tamanho e determinação, e um sentido de vingança quase humano. O desastre marítimo que ocorreu na vida real inspiraria Melville a escrever Moby Dick. Entretanto, o livro contou apenas metade da história. “No Coração do Mar” revela as terríveis consequências do encontro, à medida que a tripulação sobrevivente do barco é levada aos seus limites e forçada a fazer o impensável para permanecer viva. Enfrentando tempestades, fome, pânico e desespero, os homens serão levados a questionar suas crenças mais profundas, do valor de suas vidas à moralidade de sua atividade, enquanto seu capitão busca orientação no mar aberto e seu primeiro suboficial ainda tenta derrotar a grande baleia.
Quem não conhece Moby Dick? É uma das obras mais importantes da literatura, um verdadeiro clássico. Para uma história verídica, temos todos os fatos juntos em “No Coração Do Mar”, que carrega o tema de uma forma bem clara.
Para situar o espectador, o filme começa com Meville (Ben Whishaw) querendo uma entrevista com Thomas Nickerson (Brendan Gleeson) para escrever um novo livro, que contará toda a história do naufrágio. Após uma certa relutância, o último sobrevivente aceita conceder todos os detalhes para Nickerson e assim, a narração começa intercalando com a conversa dos dois homens e os flashbacks da época, uma forma diferente de encarar a trama que sofre algumas quedas no início, mas cinematograficamente, após a introdução, o roteiro e a construção dramática se encaixam. Ponto para o mestre Charles Leavitt!
São três fatores que mais me impressionaram e que provavelmente farão você sair de casa até ao cinema para conferir:
1 – Fotografia/Efeitos Visuais: é notório desde o início a grandiosidade do filme, os efeitos especiais são ótimos e fazem com que seus olhos se acostumem com as cores e muita, muita, muita água. O investimento total foi de 50 milhões de dólares e podemos afirmar até mesmo no trailer que boa parte foi investida na computação gráfica das baleias e todo universo criado dentro do mar.
2 – Jornada do herói e elenco: não podemos deixar de falar do grande destaque, Chris Hemsworth, nosso protagonista Owen Chase, o comandante que encara o desafio de ir para alto mar por sua família, sem saber se voltará para casa e quanto tempo ficará fora da cidade. Foi ele quem fez tudo acontecer. Estamos acostumados com o ator lutando em filmes heróis como “Thor” e “Os Vingadores”, mas ele pode muito mais e provou isso em “No Coração Do Mar”, deixando sua assinatura muito bem marcada.
A visão do galã ao encarar a produção é nítida, conseguimos enxergar seu esforço para fazer um ótimo trabalho, obtendo ótimos resultados. Provavelmente, o fato mais interessante que você deve perceber é a transformação surpreendente de Hemsworth. Seu porte físico sempre foi musculoso, mas durante a narração, vemos sua aparência mudar e eu quase ajoelhei e bati palmas na sala do cinema só pela dedicação que o loiro teve em perder cerca de 15kg para seu papel.
O time de peso que completa o elenco foi essencial, mesmo sem a presença de um forte antagonista, que poderia ter sido o capitão George Pollard (Benjamin Walker), conseguiram explorar e manter ao menos uma pitada de concorrência e ganância, fazendo total diferença. Cillian Murphy, Paul Anderson, Charlotte Riley, Joseph Mawle e Jamie Sives também fizeram um trabalho brilhante
Por último, mas não menos importante, o ator mais jovem do elenco, um novato de 14 anos que se junta ao grupo e vai em busca das baleias, o pequeno Thomas Nickerson. Participa de uma cena ótima para arrancar algumas risadas no meio de tanta tensão. O jovem é vivido por Tom Holland, sim, nosso futuro Homem-Aranha da Marvel e seu desempenho foi esplêndido.
3 – Roteiro forte: propriamente dito, Charles Leavitt acertou em grande parte no roteiro, tendo em vista que mais seis pessoas o ajudaram a criar todo o enredo. Como estudante de algumas matérias de cinema, não deixei passar mentalmente algumas análises de planos, movimentos, transições e duração de cenas, que, ao todo, constrói o clímax necessário. Já os diálogos, precisam de bastante atenção para captar toda a mensagem, são ricos e maduros.
A direção que não poderia ter sido melhor ficou por conta de Ron Howard e mais uma equipe gigantesca que merece todos os créditos. Não é um filme que você sairá do cinema surtando, mas rende alguns comentários sobre reflexões da época e até mesmo pedir um replay para analisar com mais atenção todos os elementos presentes. Vale o ticket? Sim, vale!
É muito mais que uma história de caça às baleias e sim de lealdade e sobrevivência.
Assista “No Coração Do Mar” hoje (3) nos cinemas brasileiros.
