Por: Camila Sá
“A Escolha” trouxe, enfim, a tão esperada opção de America e Maxon, finalizando todo o reality show que havia sido iniciado desde o primeiro volume. Acompanhar os últimos dias da mocinha na disputa foi super legal, mesmo que não fosse possível ler sobre a perspectiva dos outros personagens, como ocorreu nos contos. Ainda assim, achei que Kiera Cass deixou a desejar.
Antes do lançamento os dez primeiros capítulos foram divulgados em uma ação promocional nas redes sociais, apesar da empolgação por ler algo do título e uma grande descoberta no fim do capítulo dez, achei que a estória fluiu sem nada de muito interessante. Vemos o rei mais incisivo e Maxon dando sinais de que se expressaria melhor na frente dele, as outras meninas e America passam a se relacionar melhor e de forma mais sincera do que nunca. Inclusive, uma amizade inesperada surge disso, um dos poucos pontos que surpreenderam bastante.
Em mais da metade do livro, o destino de Iléa está sem muita perspectiva, apesar de existir, finalmente, um pouco de ação em uma distopia que antes só tinha ataques constantes de rebeldes e zero esforço de America ou Maxon em mudar algo, de fato. Assim que a escolha é feita, Kiera parece ter sentido que precisava alongar mais algumas páginas e inseriu um confronto direto, do nada, no palácio. Foi morte e destruição em massa, algo um pouco descontextualizado para quem teve dois livros para desenvolver isso tudo de uma forma melhor, mas optou pelos vários ataques bobos dos rebeldes.
Cheguei a comparar “A Seleção” um pouco com os “Jogos Vorazes”, por terem pontos semelhantes, mas esse final apenas provou que são coisas completamente distintas. Katniss, após a arena, tenta lidar com o fato de ter dois rapazes apaixonados por ela, mas em momento nenhum torna isso uma prioridade em meio as necessidades que enfrenta. Tanto familiares quanto estatais.
Não julgo America ou a autora por escolher um caminho diverso de Katniss, e nem posso, para ser sincera, pois Meri percorreu uma estrada diferente, que desde o início, também, era perceptível que o plano de fundo da revolução era apenas isso, um plano de fundo. É aí que as estórias divergem, pois Katniss realmente só tem tempo para o amor depois que tudo acaba, enquanto Meri sempre esteve muito mais ligada à ele, em todos os âmbitos, e, por fim, “A Seleção” é mais sobre amor do que revolução.
Mesmo assim, gosto muito da estória que foi crescendo sem pretensões e os personagens me ganharam pelo coração. O desfecho se apresentou um pouco óbvio e “fácil”, Cass escolheu o que lhe daria menos trabalho para fazer a personagem feliz. Eu gostaria de ter visto o embate que ela teria travado com o rei para defender seus ideais. Uma pena.
O epílogo é uma delícia e não poderia faltar, mas a grande novidade é que terá mais dois livros e a série, agora, deixa de ser uma trilogia. O quarto volume já está à venda e se chama “A Herdeira,” narrado por outro personagem. O quinto livro será “A Favorita”, sob a perspectiva da amiga de America, Marlee.
Confiram também o encontro do Hollywood é Aqui com a escritora Kiera Cass em São Paulo:
E mais, fã de Kiera fala sobre os clássicos: O Principe e a Seleção. Imperdível: