O Natal em Nova York consegue ser ainda mais bonito que as cenas dos filmes e séries que crescemos assistindo no cinema e na TV. A ilha mais famosa do mundo é decorada com capricho e o clima frio justifica a roupa quentinha do Papai Noel (sofredor no nosso país tropical já que comemoramos a data no início do verão).
Por onde você anda, vai escutar músicas natalinas, nas lojas, nas estações de rádio, até nas estações de trem, você celebra a data constantemente. O que é ótimo para alguém como eu que ama comemorar o Natal, mas confesso que tenho amigos que reclamam um pouco do exagero de cores e sons da ocasião. De qualquer forma, é um tempo mágico pra estar em NY. Com ou sem neve, a cidade ganha um charme especial nesta época do ano.
Los Angeles, do outro lado do país, também não fica atrás nos quesitos decoração e trilha sonora, mas a grande diferença é o clima. Como em LA não faz tanto frio e não neva, o céu azul e o sol, às vezes escaldante, nos lembram mais o Natal no Brasil, o que não deixa de ser uma vantagem pois aquece o coração nas horas da saudade de casa.
Desde que vim morar nos EUA, há 8 anos, passei alguns anos o Natal no Brasil, mas outros fiquei por aqui, o que foi interessante pois aprendi mais sobre como os americanos comemoram a chegada do Papai Noel. Como muitos de nós já vimos na TV e no cinema, a celebração da data nos EUA é um tanto diferente da nossa comemoração no Brasil, seja pelo clima, ou mesmo pelo cardápio, além do que nos EUA tem pessoas das mais diversas religiões e muitas delas não comemoram a data, ja no Brasil a festanca e maior pois somos um país predominantemente cristão.
Levando em conta a minha experiência na terra do Tio Sam, compartilho com vocês algumas das diferenças entre as festividades natalinas no Brasil e aqui:
O Cartão de Natal:
No Brasil usamos “Boas Festas”, ou “Feliz Natal” e “Próspero Ano Novo”, mas nos EUA, graças à diversidade das religiões, o mais educado no seu cartão de Natal é mencionar apenas: “Happy Holidays” ou seja “Boas Festas”.
Uma festa familiar x Uma reunião de amigos:
O feriado mais comemorado pelos americanos, e mais famoso pela reunião familiar, é o Dia de Ação de Graças no final de novembro. Ao contrário de nós brasileiros que priorizamos um Natal familiar, os americanos não fazem muita questão, já que o feriado é próximo do Thanksgiving, alguns até curtem passar com os familiares, enquanto outros celebram com amigos ou aproveitam os dias de folga pra viajar e relaxar sem compromisso.
A véspera
No geral, a véspera de Natal é a festa mais especial para nós brasileiros. Já nos EUA é facultativa. Entre os cristãos que comemoram a véspera, alguns assistem ou vão à Missa do Galo, enquanto outros bebem eggnog (uma bebida típica da ocasião, e uma das preferidas de Justin Bieber) e reúnem os amigos em casa para uma jogatina sem grandes banquetes.
O grande dia
Aquela típica cena de filme americano em que a família acorda, senta em volta da árvore para abrir os presentes na manhã de Natal é realmente um retrato da realidade de muitas famílias nos EUA. Depois da troca de presentes, os mais religiosos e cristãos vão à Igreja e na sequência almoçam com seus familiares e amigos em casa, ou nos restaurantes que ficam bem cheios na ocasião.
O cardápio:
Acho que aí estão as maiores diferenças… no Brasil o peru é, muitas vezes, a estrela da noite, assim como para alguns o bacalhau (nossa herança da colonização portuguesa), a maionese, o arroz e a farofa. Nos EUA, como o peru é o protagonista da festa do Dia de Ação de Graças apenas um mês antes, no Natal, a família americana geralmente prepara presunto, rosbife e costelinha de porco. Os legumes são cozidos ou grelhados e o bacalhau é inexistente, já que não faz parte da cultura local. O popular arroz no Brasil da lugar ao purê de batata, e há quem faça “stuffing”, o equivalente a nossa farofa. De sobremesa cookies, que, ao contrário de quando eu era criança, hoje até são mais populares no Brasil, mas não necessariamente um símbolo da data, como são aqui, e no Brasil servimos a rabanada e o panetone, que não podem faltar na festa!
Claro que nada disso é regra, tendo em vista que cada família tem as suas próprias tradições, e levando em consideração que os EUA é um país tão grande como o Brasil, e onde os hábitos de um estado são completamente diferentes do estado do lado. Mas, no geral, é interessante ver como os filmes e seriados reproduzem os hábitos do povo americano, assim como, de certa forma, as novelas reproduzem (mesmo que com licença criativa) alguns hábitos dos brasileiros. É a arte imitando a vida, sempre!
Este ano vou passar o Natal dos EUA, longe dos meus pais, mas cercada da minha família de amigos. Aqui em casa é um mix de hábitos do país onde nasci, com os do país que escolhi viver: vai ter festa na véspera de Natal com peru, costelinha de porco, farofa e jogos. E dia 25 almoço, depois da Igreja, com picanha (no lugar do rosbife) arroz e legumes.
O amigo oculto que fazemos dia 24 é sorteado na hora, com quem estiver presente, mas aqui em casa tem uma regra: o presente não pode ser comprado, tem que ser obrigatoriamente algo da sua coleção pessoal ou algo que você mesmo faça (pode ser desenho, comida, o que quiser). Isso porque eu discordo do consumismo desenfreado do Natal, tanto nos EUA, como no Brasil. Por isso convido meus amigos a dar menos importância ao que compramos e, ao invés disso, trocarmos lembranças que representam algo especial pra nós, já que essa é uma forma de trocar também amor, carinho e boas energias e eu acredito que este sim seja o verdadeiro espírito natalino!
Aproveito para desejar a todos vocês e seus familiares um Natal abençoado com saúde, sorrisos, e abraços e, independente de onde e com quem você esteja na noite de hoje, espero que você esteja em paz!
Feliz Natal!
Um beijo grande,
Claudinha