Globo de Ouro: Surtados e orgulhosos com a conquista de Fernanda Torres! Um viva ao cinema brasileiro!

Em Hollywood, eram em torno de 20 horas quando eu e minha amiga brasileira gritamos ao ouvir Viola Davis anunciar o nome de Fernanda Torres como vencedora do Golden Globes. Era 1h da manhã no Brasil, que também gritou e celebrou a vitória da atriz por sua extraordinária atuação em “Ainda Estou Aqui”, filme de Walter Salles, como um momento digno de final de Copa do Mundo. Uma catarse cultural.

 

 

 

O filme também estava indicado na categoria melhor filme de língua não-inglesa, prêmio que foi para “Emília Pérez”, mas o nosso povo viu, pela primeira vez, uma atriz brasileira levar pra casa a estatueta, na categoria melhor atriz drama.

Fernanda, a única atriz indicada por um filme que não era falado em inglês, estava concorrendo com um grupo de atrizes top, famosas e que já levaram Oscar ou Golden Globes, ou ambos, como Angelina Jolie, Nicole Kidman, Kate Wislet, Tilda Swinton e, a também estreante na premiação, mas um ícone estadunidense, Pamela Anderson.

Confesso que fiquei tão supresa como Fernanda e tão entusiasmada como Tilda, que comemorou a conquista com a alegria de uma brasileira nata, que ganhou até cartão do SUS dos fãs brasileiros, quando Torres foi declarada a vitoriosa da noite nessa prestigiada categoria.

 

 

Fernanda Torres tinha sido apontada como favorita em algumas listas da imprensa estadunidense, como a da Variety, afinal a atuação da atriz foi celebrada desde a estreia do filme – que foi ovacionado por mais de 10 minutos no Festival de Veneza – por críticos e jornalistas, nos EUA e, pelo mundo afora. Considerando que é um grupo de jornalistas estrangeiros que vota no Golden Globes, ela realmente tinha chance. Ainda assim, pelo peso da fama das outras atrizes na indústria, era um grande talvez que para a nossa alegria virou uma certeza!

Que Fernanda Torres e sua mãe, Fernanda Montenegro, são um fenômeno artístico, os brasileiros já sabem, mas é lindo compartilhar com o mundo as nossas estrelas.

Acho que essa também é uma excelente oportunidade para as novas gerações assistirem a filmografia de Fernanda Torres, que marcou tanto a minha geração, que agora também está pronta para rever essas obras preciosas. Filmes como “Terra Estrangeira” (um dos meus filmes brasileiros prediletos), “Inocência”, “A Marvada Carne”, “Casa de Areia” (com as duas Fernandas), “Que é isso Companheiro?” e “Eu Sei Que Vou Te Amar”, do diretor Arnaldo Jabor, que rendeu à Fernanda Torres a Palma de Ouro de Melhor Atriz Drama, no prestigiado Festival de Cannes, por sinal um prêmio mais difícil de ganhar do que o próprio Golden Globes.

 

 

O Golden Globes de Fernanda é especialmente importante pois o filme, que bateu recorde de bilheteria no Brasil, mostra as consequências da crueldade e o impacto da ditadura militar na vida de uma família que permaneceu unida graças a uma mulher guerreira como Eunice Paiva, que teve que segurar a barra sozinha, após o desaparecimento do marido assassinado pelo governo militar, ao criar os filhos e se reinventar profissionalmente. Uma mulher que representa muitas mulheres que sobrevivem ao caos de um regime autoritário. Uma história importante para a família Rubens Paiva, para o Brasil e para o mundo.

 

 

Claramente surpresa, em seu discurso, Fernanda celebra o prêmio reverenciando as outras indicadas que tanto admira. Agradece a Eunice Paiva, o diretor e parceiro Walter Salles, o marido Andrucha Waddington que estava presente, os filhos e seu colega de elenco e amigo, Selton Mello, o mais entusiasmado de todos, que representou a reação de cada brasileiro ao comemorar a vitória ao lado de Nanda. A atriz dedica o prêmio a sua mãe, Fernanda Montenegro, que tinha subido ao palco do Golden Globes quando “Central do Brasil”, também dirigido por Walter Salles, ganhou o prêmio de melhor filme falado em língua não-inglesa, há 25 anos.

 

 

 

 

O prêmio de Fernanda Torres foi, sem dúvidas, um prêmio para o cinema brasileiro que sofreu tanto com as investidas negativas da extrema direita. Mas, como disse Marcelo Rubens Paiva, autor do livro que originou o filme: “eles vão, mas nós ainda estamos aqui”.

Viva o cinema nacional! Viva Fernanda Torres!

 

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Vamos aproveitar a festa em comemoração ao Golden Globes de Fernanda Torres para lembrar e homenagear a primeira atriz brasileira indicada ao prêmio, Sônia Braga.

A atriz foi indicada a 3 Golden Globes, (melhor atriz coadjuvante em “O Beijo da Mulher-Aranha”, 1986, melhor atriz coadjuvante em “Moon Over Parador”, 1989, e melhor atriz coadjuvante na série “The Burning Season”, 1995), ao Emmy Awards (melhor atriz coadjuvante em “The Burning Season”, 1995) e ao BAFTA (melhor atriz em “Dona Flor e seus Dois Maridos”, 1981), entre outros prêmios.

Sônia foi a primeira brasileira indicada nas premiações citadas acima.

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Quem não sonhar em ter um amigo como Selton Mello, que não só foi o parceiro de cena de Fernanda, em “Ainda Estou Aqui”, como é aquele que festeja a vitória tal qual fosse sua; faz todos os vídeos necessários, como o melhor assessor de imprensa da cerimônia e chora e se deslumbra como todo o povo brasileiro! Eu também quero um Selton na minha vida. Um pouco da cobertura do evento postado pelo ícone do Instagram:

 

Selton & Fernanda

 

 

Fernanda Torres e Demi Moore, as novas melhores amigas, ambas vencedoras da estatueta nas categorias melhor atriz drama e melhor atriz comédia, respectivamente:

 

 

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