Nightbitch traz Amy Adams em uma reflexão sobre as transformações e consequências da maternidade

Essa matéria foi atualizada depois do anúncio das indicações ao Golden Globes.

Amy Adams é uma das minhas atrizes favoritas, eu vejo todos os filmes dela e não perderia “Nightbitch” de jeito nenhum. Até porque também sou fã da roteirista e diretora Marielle Heller (“Poderia Me Perdoar?”, “O Diário de uma Adolescente”), mas eu tinha uma motivação ainda maior no caso desse projeto. Uma grande amiga minha, Mariana Benevello, fez parte da equipe de pós-produção, liderada por Anne McCabe, que por sinal está indicada ao Spirit Awards, prêmio promovido pelo Film Independent, pela edição do filme. Sou membro da organização e estou radiante com essa indicação.

 

 

Para completar a minha alegria, fui convidada para uma sessão especial do filme em Los Angeles e, orgulhosa que sou da amiga brasileira brilhando em Hollywood, tirei até foto dos créditos!

 

 

Mas, amizade e opinião de fã à parte, “Nightbitch” é imperdível. Inclusive achei o filme mais engraçado e mais emocionante do que eu imaginava.

Inspirado no romance satírico de Rachel Yoder lançado em 2021. Na trama original, uma mulher interrompe sua carreira após ter um filho. Focada agora em cuidar da criança em tempo integral, ela assume o papel de dona de casa enquanto seu marido está sempre ausente, por conta de suas longas e frequentes viagens de negócios. Vivendo em uma casa no subúrbio, o estresse da nova rotina começa a afetar sua sanidade, e ela passa a acreditar que está se transformando em um cachorro. Fonte: AdoroCinema

 

 

Sinceramente, Nightbitch é muito mais que um filme sobre uma mãe cansada alucinando que é um cachorro, na verdade é uma abordagem sensível, divertida, sarcástica e criativa da maternidade, tocando em vários assuntos relevantes, importantes e atuais, como a mulher se torna invisível para o homem no casamento após se tornar mãe, como ela é tratada pela sociedade se ela decide deixar o mercado de trabalho para se dedicar a criar seu filho e, quando pretende voltar.

 

 

E sim, mostra as mudanças no corpo e os desafios da maternidade, os dias felizes e os desesperados, os prazeres, as dores e a loucura que é criar um filho. Um estudo interessante sobre a maternidade, que cativa todo mundo, inclusive quem não é mãe, como eu. Na verdade, lembrei da mamãe e de seus momentos de cachorro na minha infância e na do meu irmão, que hoje é super calmo, mas era uma peste quando criança.

 

 

Mas muito do sucesso do filme está na relação de Amy com seu filhote. A atriz tem uma química incrível com as crianças (os irmãos gêmeos Arleigh Patrick Snowden and Emmett James Snowden) que fazem o filho, aliás, na telona, não dá para perceber que são duas crianças. Para completar a família, Scoot McNairy interpreta o marido. Ele está ótimo, mas confesso que meu coração super fã de “Halt and Catch Fire” bateu mais forte ao ver o intérprete do icônico Gordon Clark. Bateu saudades da série que já vou maratonar novamente.

 

 

Eu detesto spoiler e por isso só vou dizer que os cachorros são lindos e ferozes, quando necessário. Uma metáfora perfeita da trajetória da nossa heroína e do relato de muitas mães que conhecemos.

Amy Adams deu seu habitual show e está indicada ao Spirit Awards e ao Globo de Ouro, na categoria melhor atriz em filme comédia. E a edição do filme realmente é incrível e merece o reconhecimento na temporada de premiações, que venham mais indicações. Parabéns an Anne, a Mari e a toda a equipe de pós produção e a Marielle, diretora, que entre crianças e cachorros fez um excelente trabalho. A gente sabe que um projeto estrelado pelos pequenos e pelos bichinhos é mais desafiador por restrições de horário e a logística no set, que incluiu treinadores e mães. A diretora e a equipe arrasaram. O resultado ficou nota 10!

 

 

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