Brasil em LA: Ainda Estou Aqui ganha painel dedicado a filmes internacionais no Deadline Contenders

O cinema brasileiro segue brilhando na temporada de premiações em Hollywood e a gente não perde a oportunidade de registrar as passagens de Fernanda Torres, Selton Mello e Walter Salles nos eventos da campanha do Oscar para o espetacular filme “Ainda Estou Aqui”, em LA.

 

 

Meu coração cinéfilo está pra lá de emocionado e orgulhoso, afinal é a primeira vez, desde que eu comecei a cobrir a temporada de premiações, em 2013, que o Brasil está presente nos eventos da corrida do Oscar e, o melhor, o filme realmente tem grandes chances de receber uma indicação, na categoria filme internacional.

Para celebrar, publicamos todos os nossos encontros, até esse virtual, no painel do Deadline Contenders dedicado aos filmes internacionais, com esse trio talentoso que está representado tão bem o nosso país pelo mundo afora.

Abaixo, um resumo do papo e colocamos o link com a entrevista completa no final do post, assim como os links das nossas matérias com os detalhes dos nossos épicos encontros com Fernanda, Selton e Walter, no AFI Fest, na agência CAA – que contou com a presença de Sean Penn – e no painel geral do Deadline Contenders, mês passado, em LA.

 

 

A entrevistadora conta pra eles que estava ao lado da Fernanda na estreia de “Ainda Estou Aqui”, no Festival de Veneza, quando o filme foi aplaudido por 10 minutos. Ela teve a chance de participar da emoção daquele momento único. Ela parabeniza o grupo e diz que o filme é realmente espetacular, como sabemos.

Na entrevista, Walter, Fernanda e Selton também compartilham suas emoções, o aprendizado e a importância de um filme sobre a ditadura militar no Brasil, nesse momento da história do mundo.

 

Walter Salles – diretor

“A história da Eunice mostra que viver, em um regime militar, é uma forma de resistência.

Com o desaparecimento do Rubens, aquela família foi roubada da alegria, assim como o país foi roubado de um futuro com a ditadura. Mas, manter a família unida foi a forma de resistência que Eunice encontrou naquele momento, o que se tornou um símbolo de resistência no país.”

 

 

Fernanda Torres (Eunice Paiva)

“Pra mim, o interessante dessa história é que ninguém conhecia essa mulher, porque ela não queria ser conhecida. Mas ainda bem que o Marcelo (Rubens Paiva, filho de a Eunice e Rubens) escreveu um livro que inspirou o filme, porque a gente precisava saber da sua existência.

Para mim, esse filme tem muitas camadas:

Para o Walter foi pessoal (ele era amigo da família Paiva).

 

 

Para o Marcelo, ele escreveu esse livro porque a mãe dele estava perdendo a memória (Eunice sofria de Alzheimer) e o nosso país estava perdendo a memória (o avanço da extrema direita que quer apagar as atrocidades cometidas durante a ditadura militar no Brasil).

Minha mãe ( Fernanda Montenegro) está no filme

A história de uma família que resistiu através do amor e a minha família também resistiu com o amor aos difíceis tempos da ditadura.

Esse filme é ficção mas não é ficção. E uma mistura de ficção com vida real, uma coisa que eu nunca tinha feito antes.

Outra coisa que foi nova pra mim foi conter as emoções, o que aprendi com a Eunice. Ela não chora, não grita, ela sorri. Como atriz, a gente tende a mostrar as emoções, essa também foi uma experiência única e nova pra mim.

E no dia da estreia, o que eu percebi é que o público se identificou com as emoções contidas da Eunice e isso fez com que as pessoas se compadecessem com aquela família.“

 

 

Selton Mello (Rubens Paiva)

“Eu só tive acesso às fotografias do Rubens, conversei com o Walter, com o Marcelo (filho dele) e as irmãs, mas nunca tinha ouvido a voz, não tinha visto nenhum vídeo dele, quando começamos a rodar. Foi uma experiência fascinante fazer esse filme.

A primeira parte do filme é cheia de energia e luz, o filme é claro. As janelas estão abertas. E o Rubens era a fonte de energia daquela família. Quando o Rubens desaparece, a luz muda, as cortinas fecham, a casa fica mais escura.

Eu assisti ao filme como o público comum mesmo porque a gente rodou em ordem cronológica então, quando o Rubens desapareceu, eu também não voltei mais ao set. E eu vi a minha família sofrer como todo mundo. Foi muito impactante.”

 

 

Para encerrar o papo, Walter Salles fala sobre a importância de um filme que mostra as consequências da ditadura militar no Brasil.

“Durante muitos anos, por conta da ditadura, a minha geração – de cineastas- não põde falar sobre esse assunto. E quando acabou, nós sentimos a necessidade de falar sobre o que estava acontecendo no presente – com a volta da democracia. Agora temos a oportunidade de preencher as lacunas do passado com esse filme, o que tem sido muito importante pra gente, até porque com tudo que está acontecendo no mundo, o filme está mais atual que nunca.”

Aí vai o nosso tour, prestigiando o cinema brasileiro na campanha do Oscar, em Hollywood. Não deixe de conferir:

 

AFI Fest – Outubro 2024

 

 

CAA – Novembro 2024

 

 

Deadline Contenders – Novembro 2024

 

 

Aqui está o link para quem quiser assistir ao painel completo no Deadline Contenders – Filmes Internacionais:

 

 

 

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