Sessão de For When You Get Lost proporciona programa perfeito com bom filme e cervejinha em um lugar especial

Meu programa favorito combina cinema, chopp gelado e road trip. Imagina a minha alegria quando fui convidada para assistir uma sessão especial do filme “For When You Get Lost” (“Para quando você estiver perdida”) que é uma viagem de carro pela costa, saindo de LA até o estado de Washington, com paradas em várias cervejarias no caminho, na Boomtown Brewery, uma cervejaria artesanal em downtown LA, com um choppinho gelado de brinde?! Surtei com a garantia de um fim de tarde de domingo pra lá de divertido.

 

 

Mas o que eu não esperava é que meu coração iria se emocionar tanto que eu choraria vendo o filme, como no papo com a roteirista e protagonista Jennifer Sorenson, a diretora Michelle Steffes e as produtoras Meredith Riley Stewart e Alethea Root que rolou depois da sessão.

 

 

“For When You Get Lost” (“Para quando você estiver perdida”) é uma comédia dramática edificante e emocionante, inspirada em uma road trip real de June Stevenson (Jennifer Sorenson) que arrasta sua irmã em uma viagem pela costa do Pacífico para fazer as pazes com seu pai, um homem complicado, com quem tiveram uma relação difícil. Ao longo do caminho, ela se distrai com marcos pitorescos, cervejarias artesanais e paqueras em cervejarias artesanais. Ainda assim, June precisa enfrentar o fato de que há mais rachaduras em sua família do que ela podia imaginar.

 

 

O filme foi produzido com um orçamento baixíssimo, como compartilharam as produtoras mas, sinceramente, a bela fotografia, as locações, a música e um roteiro que é puro amor, não deixam nada a desejar a produções de milhões, muito pelo contrário, é melhor do que muitos filmes de estúdio e serviços de streamer, com atores super famosos, que assisti recentemente.

 

 

Jennifer escreveu esse roteiro logo depois que ela fez a mesma viagem que acompanhamos no filme, na época da morte de seu pai, “eu fiz essa viagem sozinha, mas no roteiro eu coloquei as irmãs para criar o conflito. Mas eu parei mesmo em várias cervejarias, porque eu trabalhei em cervejarias quando era jovem e conhecia a galera. Então foi uma distração na viagem que eu estava fazendo para me despedir do meu pai, que estava prestes a partir. Eu sempre quis escrever sobre aquela experiência e, finalmente, 10 anos depois, aqui estamos. Eu tive medo de atuar nesse filme, não foi fácil pra mim, era uma história muito íntima, mas, ao mesmo tempo, eu queria contar, então topei o desafio e estou feliz com o resultado”.

 

 

Jennifer arrasou em seu primeiro roteiro e na performance. Ela também produziu o filme, “não é força de expressão quando a gente diz que tinha pouco dinheiro, não mesmo”.

A produtora Meredith Riley Stewart corrobora, “foi muito pouco dinheiro mesmo, mas contamos com o talento dessas mulheres aqui e de um pequeno grupo que incluiu o elenco e a equipe, que deu seu melhor para que esse projeto acontecesse. Foi um trabalho de amor por parte de todos que, desde o começo, sempre acreditaram nesse filme. O resultado da dedicação está na tela. E conseguimos lançar o filme no cinema e agora estamos promovendo screenings como essa, estamos participando da temporada de premiações, com a ajuda de vários parceiros, como essa cervejaria que fez uma parceria com a gente para estarmos aqui hoje”.

 

Jennifer completou, “aliás, todas as cervejarias que estão no filme foram nossas parceiras, nos receberam, nos alimentaram e cederam o espaço para as filmagens. Por conta das parcerias que conseguimos rodar o filme”.

A diretora Michelle Steffes falou sobre a experiência de fazer um filme, que envolve uma viagem de carro por 3 estados, com tão pouco orçamento, “rodamos o filme em duas partes. Quando conseguimos a primeira investidora, nós rodamos a primeira parte na estrada. E esperamos alguns meses, enquanto as produtoras conversavam com outros investidores para conseguir o restante do orçamento que precisávamos. Esse processo não é o ideal, pois a gente não sabia se ia dar certo. Mas, funcionou e conseguimos terminar rodando as internas”.

Michelle também falou sobre a escalação do elenco, “olha, alguns atores eram conhecidos da Jennifer, mas fizemos testes para as atrizes e foi tudo em cima da hora. Não tínhamos tempo e nem dinheiro para ensaiar, então a gente foi passando o texto no carro, durante a viagem. Ficamos aliviados que deu certo, rolou química e todos os atores são muito talentosos e comprometidos. Eles também abraçaram esse projeto”.

 

 

Sobre a fotografia do filme – que por sinal é linda – “a diretora de fotografia levou o próprio equipamento dela, não alugamos. Ela confiava tanto na gente que fez esse investimento, porque esses equipamentos custam caro e qualquer coisa pode acontecer, ela foi incrível. Eu, ela e Jennifer fizemos essa viagem no meu carro, que é uma van e ela foi capturando as imagens, a medida que a gente ia passando pelas locações. Foi uma aventura, mas muitas das imagens bonitas que estão no filme foram capturadas por ela nessa viagem”.

E sobre a música: “A gente pensa numa viagem de carro e sempre pensa na música, né? Nosso produtor musical caprichou de verdade. Como não tínhamos orçamento, algumas músicas foram composição original e outras de artistas independentes”.

 

 

A produtora Alethea Root comentou sobre a importância do boca a boca na divulgação, “a gente não tem orçamento para fazer uma campanha cara, então agradecemos vocês por terem vindo aqui hoje, pois é o boca a boca que nos ajuda, além das nossas redes sociais, que vocês podem seguir e compartilhar. A equipe desse filme é tão comprometida, que nos ajuda até a cuidar das nossas redes sociais. Esse é um trabalho de amor”.

Jennifer complementou, “o filme vai estar disponível para compra nas principais plataformas, Amazon, Apple, a partir do dia 15 de novembro. Eu sei que a gente não compra mais filme, eu mesma não comprava, mas depois dessa experiência, eu vejo como é importante, porque é assim que a gente incentiva e mantém vivo o cinema independente. Então, se puderem comprar vai ser ótimo, assim como nos ajudar na divulgação”.

 

 

Meredith ressaltou também a importância de manter boas relações no entretenimento, especialmente na indústria indie, “nossa primeira investidora é uma amiga da Jennifer e os outros dois investidores foram pessoas com quem trabalhei no passado e entrei em contato para conversar sobre esse projeto. O mais importante que essas são pessoas que confiavam e acreditaram na gente, decidiram investir sem mesmo ler o roteiro. Para os cineastas que pretendem produzir seus projetos, busquem e conversem com as pessoas que estão na sua lista de contatos. Vocês podem ter boas surpresas ao descobrir que o seu investidor está mais perto de você do que você imagina”.

Para encerrar, o comentário de uma moça que estava na audiência que arrancou lágrimas das 4 mulheres que fizeram o filme e de todas nós, “o que mais me emociona é ver quatro mulheres batalhadoras que trabalharam juntas e fizeram esse projeto acontecer. O filme é lindo e vocês são maravilhosas. Uma inspiração. Queria parabenizar e agradecer a vocês por me mostrarem que é possível, mesmo sem dinheiro, unir forças com outras mulheres e fazer nosso sonho se tornar realidade”.

 

 

Eu me identifiquei com vários experiência das personagens. As feridas abertas pelos dramas familiares, palavras que não deveriam ser ditas, outras que deveriam ser faladas, mas não foram ditas. A despedida de uma pessoa querida e a mistura de revolta e paz que o luto traz. O filme é profundo mas, ao mesmo tempo, é repleto de momentos caóticos e divertidos, chorei e ri com vontade. Aquela combinação perfeita que é a vida.

Minha alma cervejeira ficou com água na boca e doída para baratonar nas cervejarias artesanais da costa do norte da Califórnia e do Oregon, estado que visitei várias vezes mas nunca fui na região onde rodaram o filme.

Em suma, sai de lá com mais uma ideia de road trip que, assim como no filme, vai ter seu auge na cidade de Astoria, OR, a “capital” de cervejarias artesanais na costa oeste dos EUA.

 

 

E, enquanto não coloco o pé na estrada, curti o cineminha na Boomtown Brewery, que me lembrou Bushwick, um cantinho no Brooklyn/NY, onde fábricas se transformaram em bares e baladas que eu adoro. Um local que eu ainda não conhecia mas entrou na lista dos imperdíveis em LA.

Fica a dica For When You Get Lost (Para quando você estiver perdida)!

 

 

 

 

Confira as redes sociais do filme e ajude na divulgação. O cinema independente precisa da gente:

 

 

Saiba mais sobre o filme e conheça as mulheres poderosas por trás dessa obra:

 

 

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