Longa As Três Filhas mostra um reencontro duro e importante nas relações familiares

Sabe aquele filme que é um soco no estômago necessário e que funciona quase como uma sessão de terapia? Pois é o caso de “As Três Filhas”, que já está disponível na Netflix Brasil. Graças a um roteiro sincero e muito bem escrito, uma direção caprichada e a brilhante atuação de todo o elenco, especialmente das atrizes que interpretam as três filhas (Carrie Coon, Elizabeth Olsen e Natasha Lyonne), me identifiquei muito com o roteiro até porque vi na tela interações, questionamentos, conversas e os altos e baixos da relação que tenho com a minha própria família.

 

 

“As Três Filhas”, longa dirigido e escrito por Azazel Jacobs, apresenta a estória emocionante e, por vezes engraçada, de um patriarca idoso e as suas três filhas adultas que deixaram de lado suas rotinas para ficar com o pai em seus últimos dias de vida. Katie (Carrie Coon) é uma mãe controladora do Brooklyn que está enfrentando alguns embates com a sua filha adolescente e rebelde. Sua irmã, Christina (Elizabeth Olsen) já se encaixa em um outro padrão de mãe: ela é mais compreensiva e está separada da sua filha pela primeira vez. Completando o trio de irmãs está Rachel (Natasha Lyonne), diferente das suas outras irmãs, e para desgosto delas, esta nunca deixou a casa do pai e faz o uso da maconha como fuga. As irmãs seguem por três dias voláteis, enquanto a morte do alicerce delas se aproxima, as queixas irrompem e o amor se infiltra pelas rachaduras de um lar fraturado. Fonte: AdoroCinema

 

 

Tive a honra de assistir a essa obra emocionante em 35mm – ou seja, em filme, não digital, um bônus que alegra o coração de cinéfilos como eu, ainda mais na telona de um cinema tradicional em Hollywood. Melhor que isso, só mesmo o papo que rolou depois da sessão que contou com a presença do roteirista/ diretor, Azazel Jacobs, de uma das estrelas, Elizabeth Olsen e do ator Jovan Adepo.

 

 

Compartilho os destaques da conversa abaixo:

 

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Azazel Jacobs

Esse roteiro eu escrevi baseado nas histórias da minha família e de pessoas que conheço. Eu cresci na região onde a estória se passa, então é um misto de tudo que ouvi e observei e do que vivi. E acho que as pessoas se identificam porque todo mundo passa por perdas na família, onde temos que tomar decisões junto com pessoas próximas que são muito diferentes da gente, irmãos, pais, todo mundo tem sua própria estória que é semelhante a das três filhas.

Foi importante pra mim dirigir o filme também porque eu queria que tivesse um tom intimista e se passasse praticamente todo dentro do apartamento, nós rodamos em um apartamento mesmo, não é em estúdio não, o que ajudou a dar o realismo que eu tinha imaginado enquanto estava escrevendo. Mas, claro, que essas maravilhosas atrizes e todos os atores envolvidos, tornaram o filme o que ele é. A emoção veio dessas performances incríveis. Eu me sinto honrado que esse grupo não só topou participar como me ajudou a produzir. A gente sabe que não é nada fácil produzir um filme independente, praticamente sem orçamento disponível, o que foi o caso. Então o resultado é fruto do trabalho e da dedicação da nossa pequena, mas devota equipe e dos atores. Foi um trabalho de amor que temos a felicidade de compartilhar com o mundo, graças à Netflix. Estou muito contente.

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Elizabeth Olsen

Eu e Azazel já trabalhamos juntos e quando ele disse que me mandaria um roteiro, eu já disse sim, sem ler. Mas, quando eu li, fiquei ainda mais envolvida com a estória e apaixonada pela ideia de interpretar a Christina, que é tão diferente de mim, ao mesmo tempo que compartilhamos experiências semelhantes.

Foi um presente produzir o filme também. Nosso grupo era pequeno, então esse acúmulo de funções foi importante para que o projeto acontecesse e um aprendizado, porque, produzindo, eu tinha que lidar com questões que quando estou só atuando não preciso me preocupar, ao mesmo tempo, isso nos dá mais liberdade e nos deixou mais a vontade na tomada de decisões, o que influenciou positivamente a minha performance.

A Carrie e a Natasha são excelentes, aliás, todo o elenco foi brilhante, isso já ajuda no meu trabalho, mas o fato de rodarmos no apartamento e não no estúdio, como Azazel mencionou, e também termos rodado em sequência, contribuiu muito para meu processo como atriz. Quando chegamos no clímax já estava preparada para a sequência final que foi muito emotiva para todos nós. Acho que se não tivéssemos rodado em sequência, não teríamos o mesmo resultado. E esse tipo de decisão que nós tomamos como produtores que nos ajudou muito como atores.

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Javan Adepo

Eu também já tinha trabalhado com o Azazel e com a Liz. Lembro que ela me mandou uma mensagem de texto perguntando se eu sabia desse roteiro e se eu ia topar fazer, porque o Azazel tinha escrito um personagem pra mim. Eu todo orgulhoso disse que sim e, como ela, disse que ainda nem sabia do que se tratava, mas estava dentro, porque eu sempre vou topar trabalhar com esses dois novamente (apontando para os dois que estavam do seu lado no papo). Agora, o interessante que a maioria das minhas cenas são com a Natasha e eu não conhecia ela. Mas nos conectamos na nossa primeira conversa. Foi incrível trabalhar com ela também. O roteiro perfeito ajudou a construir a nossa química, e também o fato de termos o mesmo approach pras cenas. Foi fácil e divertido no set, apesar do tema central do filme ser dramático. Foi mesmo um projeto bem especial.

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“As Três Filhas” entrou para a minha seleta de lista de filmes que me fazem refletir sobre a minha jornada, por muito tempo depois que sai do cinema. Imperdível conferir!

 

 

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