Painel do GLAAD no ATX Festival reforça a importância da comunidade LGBTQIA+ no mercado do entretenimento

O ATX Television Festival prestigia a comunidade LGBTQIA+ com painéis que contam com a participação de convidados super especiais, abordando tópicos relevantes sobre como a presença da comunidade na indústria do entretenimento, tanto na frente, como atrás das câmeras, e como a mesma é representada nos roteiros de séries e filmes.

Esse ano, participamos do painel dedicado aos transgêneros, uma classe que até pouco tempo não tinha uma representatividade significativa nas séries, mas cada vez mais tem sua história contada por talentos como Jesse Leigh (Rutherford Falls), Nava Mau (Genera+ion), Armand Fields (Working in Progress) e Rain Valdez (Razor Tongue) que participaram do bate-papo moderado por Alex Schmider, diretor do setor de representação dos transgêneros no GLAAD.

O Glaad é uma organização não-governamental que tem como objetivo criar programas que incentivem a aceitação da comunidade LGBTQIA+ na sociedade. Como força de mídia dinâmica, o GLAAD aborda questões difíceis para moldar a narrativa e provocar o diálogo que leva à mudança cultural.

O Glaad tem um papel fundamental no processo do reconhecimento da comunidade trans, assim como seus membros, participantes do painel são os agentes transformadores.

Jesse mencionou a importância de seu personagem, Bobbie Yang, em “Rutherford Falls”, ter sido reescrito como não binário: “pra mim foi uma validação saber que os criadores, roteiristas e produtores da série incorporaram na trajetória de Bobbie o reflexo de quem eu sou e que representa uma comunidade enorme que nem sempre se vê nas séries”.

Jesse Leigh

Armand Fields, a primeira drag preta a ganhar o prestigiado concurso “Roscoe’s Drag Race” destacou ainda que esse movimento na indústria do entretenimento não está acontecendo só nos roteiros e com os atores, como também com as equipes nos bastidores: “é maravilhoso chegar no set e ver a comunidade trans trabalhando nos mais diversos departamentos, como câmera, figurino, caracterização, assistente de produção e direção. Na nossa série a maioria dos profissionais envolvidos atrás das câmeras são trans também”.

Armand Fields

Nava Mau, que é Ana na série ‘Genera+ion”, falou da importância de educar a audiência, especialmente os jovens sobre a comunidade trans, “informar a sociedade é a melhor forma de combater qualquer tipo de preconceito, especialmente na adolescência. Além do que a nossa série, por exemplo, inspira e ajuda muitos jovens a se reconhecerem como trans e saírem do armário. E ajuda também aos pais desses jovens a entenderem o nosso universo. A gente recebe muito feedback dos fãs agradecendo, isso é muito importante pra nós”.

Nava Mau

Rain Valdez, atriz transgênero é criadora/atriz/produtora da série online “Razor Tongue”. Rain foi a primeira mulher transgênero filipina-estadunidense, indicada ao Emmy na categoria melhor atriz em série curta-metragem de comédia ou drama. Rain celebrou essa nova fase da indústria do entretenimento que finalmente está dando aos transgêneros o espaço e o reconhecimento que não existia, já que na maioria das vezes a comunidade era tratada em séries, filmes e até músicas de forma caricata e desrespeitosa: “foram anos de muita luta, nos éramos tratados como piadas, só agora os membros da Television Academy reconheceram uma transgênero filipina-estadunidense com uma indicação, me sinto honrada de de ter sido a primeira, mas eu espero ver muitas atrizes como eu, terem seu talento reconhecido não só pelo público, como pelos colegas de profissão”.

Rain Valdez

Para encerrar, Alex, o moderador, afirmou que seu trabalho no Glaad é manter o legado da comunidade trans bem representada na indústria do entretenimento, “nosso foco no Glaad é justamente ter a certeza que a cultura trans esteja sendo apresentada de maneira realista a nossa sociedade, isso além de criar oportunidades profissionais não só para atores, mas em todas as áreas do entretenimento. Precisamos de pessoas trans trabalhando como roteiristas, produtores, diretores de estúdios e plataformas de streaming, produtores de elenco, precisamos que os formadores de opinião e os responsáveis pelas tomadas de decisões em Hollywood sejam trans, assim mais projetos serão desenvolvidos e consumidos pela nossa sociedade. Os transgêneros além de serem representados vão poder ter uma carreiras de sucesso no entretenimento, se assim quiserem. Vou trabalhar arduamente com meus companheiros do Glaad pra isso acontecer”.

Alex Schmider

E assim Alex fechou esse papo incrível e nós encerramos a nossa cobertura do ATX Television Festival esse ano. Esse é um assunto muito importante a ser abordado em todos os eventos, especialmente no ATX que acontece em Austin, capital de um estado conservador como o Texas. Essa é uma forma do Festival educar a sociedade para que as pessoas saiam da bolha do preconceito e passem a respeitar o indivíduos como eles se reconhecem e não de acordo com as leis estabelecidas por líderes brancos e retrógrados.

Valeu, ATX TV Festival esperamos que a pandemia acabe e no ano que vem a gente se encontre pessoalmente novamente!

 

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vvvvv O que é gênero não binário e como usar a linguagem neutra no dia a dia

Os transgêneros são aqueles que não se identificam com o gênero imposto no nascimento com base no sexo biológico — e é aqui que se encontram os não-binários, além de mulheres trans e homens trans.

“Pessoas não-binárias sentem que sua identidade de gênero não pode ser definida dentro das margens da binariedade”, explica a organização LGBT Foundation. “Em vez disso, elas entendem o gênero de forma que ultrapassa a mera identificação como homem ou mulher.”

Assim, os não-binários podem se reconhecer nos gêneros femino e masculino ao mesmo tempo, mas também não se identificar com nenhum desses dois rótulos, ou então se sentir às vezes como homens e outras vezes como mulheres.

No dia a dia, a linguagem é um mecanismo importante de afirmação de identidade, autoconfiança e autenticidade, pontua a LGBT Foundation. E, assim como os seres humanos, esse é um recurso bastante diverso, então vale se atentar para a maneira correta de se referir às pessoas.

É dentro desse contexto que, visando a inclusão, a linguagem neutra ganha força. Enquanto alguns indivíduos não-binários optam por um pronome de tratamento específico (“ele” ou “ela”), outros preferem os neutros, como “ile” ou “elu”, que substitui os marcadores de gênero (“a” e “o”) por “u”.

No caso de outras palavras, “a” e “o” podem ser trocados por “e”, como em “senhore”, “filhe”, “amigue” e “todes”. E, ao utilizar o masculino para falar de forma genérica, como em “professores”, é possível optar por termos mais amplos, como “corpo docente”.”

Fonte: Galileu

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Para conhecer melhor o trabalho incrível que o GLAAD faz na indústria do entretenimento, confira o site deles:

 

https://www.glaad.org/about

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