Por: Carl
SINOPSE:
Cas Lowood herdou uma vocação incomum: ele caça e mata os mortos. Seu pai fazia o mesmo antes dele, até ser barbaramente assassinado por um dos fantasmas que perseguia. Agora, armado com o misterioso punhal de seu pai, Cas viaja pelo país com sua mãe bruxa e seu gato farejador de espíritos. Juntos eles vão atrás de lendas e folclores locais, tentando rastrear os sanguinários fantasmas e afastar distrações, como amigos e o futuro. Quando eles chegam a uma nova cidade em busca do fantasma que os habitantes locais chamam de Anna Vestida de Sangue, Cas espera o de sempre: perseguir, caçar, matar. Mas o que ele encontra é uma garota envolta em maldições e fúria, um espírito fascinante, como ele nunca viu. Ela ainda usa o vestido com que estava no dia em que foi brutalmente assassinada, em 1958: branco, manchado de vermelho e pingando sangue. Desde então, Anna matou todas as pessoas que ousaram entrar na casa vitoriana que ela habita. Mas, por alguma razão, ela poupou a vida de Cas. Agora ele precisa desvendar diversos mistérios, entre eles: Por que Anna é tão diferente de todos os outros fantasmas que Cas já perseguiu? E o que o faz arriscar a própria vida para tentar falar com ela novamente?
Eu sou fã de OS CAÇA-FANTASMAS, SUPERNATURAL e BUFFY. Então, é impossível, para mim, não gostar de ANNA VESTIDA DE SANGUE, porque a obra usa o que de melhor tem nesse filme e nas duas séries para construir sua história. Capítulo após capítulo somos levados para acontecimentos que impedem que a leitura seja interrompida. Simplesmente, temos que continuar lendo, e lendo, e lendo, e lendo, até que o livro termina e podemos, finalmente, suspirar… e torcer para que o próximo chegue logo ao Brasil.
Mas não é só a história que empolga. O casal principal, totalmente improvável, conquista assim que aparecem juntos. Cas, o caça-fantasmas (embora ele odeie ser chamado assim, mas que proporciona um momento hilário no meio do livro), chega à cidade para matar Anna, o fantasma de uma garota de 16 anos, que foi morta com um corte na garganta, e cujo assassino nunca se encontrou. Só que ela se mostra muito mais poderosa do que Cas imaginava, e já no primeiro confronto, ele se vê indefeso. E confuso, uma vez que Anna o deixa fugir. E no segundo confronto a mesma coisa. No terceiro, já estavam apaixonados. E é muito, muito fofo como tudo acontece.
Além dos dois, temos Thomas, um aprendiz de bruxo, que consegue ler mentes; e Carmel, a garota mais bonita do colégio, mas que não segue o estereótipo e se mostra inteligente, fiel e corajosa. Os quatro, Cas, Anna, Carmel e Thomas, formam uma equipe que funciona muito, muito bem. Os planos são construídos em conjunto, com tentativas e erros até que funcionem, o que é muito legal, porque a importância não fica apenas em cima de um personagem. Cada um deles, em certo momento da história, salva o dia e vira herói.
Temos outros personagens, que aparecem menos, mas que têm a sua função dentro do enredo. Nada fica ao acaso e nem está lá para encher páginas. As descrições são suficientes para que o leitor se localize no ambiente, e as ações, lutas, perseguições, magias, destruições, tudo é narrado com muita clareza. E todas são muito boas.
Ah, e temos o vilão. Sim, temos que ter um, uma vez que não é a Anna. Seria esse o ponto fraco da história? Não! Ele, o vilão, mete medo, aparece de surpresa, sem o leitor suspeitar, e dá para sentir um arrepio quando descobrimos que ele faz parte da história desde a primeira página. Não é spoiler, porque você não faz ideia de quem é e nem de onde ele está. Tente descobrir se for capaz.
Confesso que me surpreendi com a agilidade da obra de Blake. É uma aventura de terror que agrada, conquista, e deixa um gosto de quero mais na última página. Tanto, que ANNA VESTIDA DE SANGUE terá uma adaptação para o cinema, já no ano que vem. Infelizmente, com produção de Stephenie Meyer, autora de CREPÚSCULO. Vamos dar as mãos e torcer juntos para que Meyer não arrase com uma boa história. Seria um desperdício. 😉