A BIGGER SPLASH fala de desejo e inveja ao som de rock’n roll sob o sol do Mediterrâneo.
Em “A Bigger Splash”, Dakota Johnson interpreta Penelope, e ninguém melhor que a própria para descrever a sua personagem no filme:
“Penelope é uma sociopata, ela gosta de provocar as pessoas por puro prazer ou pra tirar sarro delas mesmo. Ela aterroriza quem está ao seu redor.” O que a doce Dakota não disse é que sua performance é tão magnífica que chegou a me dar arrepios quando assisti ao filme na pré-estreia semana passada. Foi inevitável pensar: “Ah não, a Penelope não está fazendo isso mesmo, só pode ser brincadeira.” E não era não, a menina não tinha limites, como a própria atriz admitiu: “Penelope lida com este casal (Paul e Marianne, interpretados por Matthias Schoenaerts e Tilda Swinton, respectivamente) como se fossem seus brinquedos e não seres humanos”. Ela faz coisas pra se sentir relevante no momento, ou algo que faca ela acreditar que está aprendendo alguma lição ou ultrapassando algum limite rumo a maturidade, mas no fundo ela não tem ideia do que ela está fazendo”, complementa.
Eu assisti todos os filmes da Dakota até hoje, e verdade seja dita Penelope é um personagem diferente de todos os que interpretou até o momento. Ao mesmo tempo que ela assusta, ela seduz. O próprio visual de ninfeta de Dakota ajudou a diferencia-la dos seus demais personagens, embora Penelope seja loira (cor natural do cabelo da atriz) e deixe visível várias das tatuagens que são escondidas quando ela brilha na tela como Anastasia Steele, quem aparece na tela não e a pessoa que conhecemos. Isso prova mais uma vez o talento de Dakota. A mesma menina que interpreta o amor de Mr. Grey e nos fez gargalhar em “Como Ser Solteira”, consegue nos deixar boquiabertas (e passados) com sua Penelope.
“A Bigger Splash” é um remake do classico frances “La Piscine” (1969), dirigido pelo premiado diretor italiano Luca Guadagnino, o filme foi resumido em uma frase brilhante pelo seu roteirista David Kajganich “A Bigger Splash é mais sobre as coisas que não são ditas do que o que e falado na tela”.
Rodado na mística ilha vulcânica Pantelleria, um paraíso perdido entre a Sicilia e a Tunisia, conta a história da rock star Marianne Lane (Tilda Swinton), que está se recuperando de uma cirurgia nas cordas focais com seu namorido Paul (Matthias Schoenaerts) na ilha italiana, quando seu ex-o icônico produtor musical Harry (Ralph Fiennes) aparece de surpresa com sua filha Penelope (Dakota Johnson) interrompendo o tranquilo descanso do casal, trazendo à tona histórias do passado e reacendendo chamas difíceis de serem apagadas.
O filme tem momentos de silêncio e um ritmo mais lento, sem ser cansativo. A fotografia é lindíssima e é interessante observar o contraponto entre a Marianne de Tilda sem voz, e o falante Harry, numa performance incrível de Ralph Fiennes.
Penelope chega e não perde tempo, começa logo a tentar seduzir o namorido de Marianne, Paul, que por sua vez esta fragilizado com a chegada de Harry, o ex dela, e abre espaço pro joguinho de Penelope, que engana Harry, seu pai e até o próprio Paul com seu cinismo, mas deixa Marianne com a pulga atrás da orelha desde o primeiro momento. Marianne sabe que Penelope é sonsa e tem alguma coisa de muito errado com ela. O mistério é descobrir qual é o problema da garota.
Mas não e só Penelope que tem culpa no cartório, como diz Dakota “o filme mostra essas quatro pessoas com os nervos à flor da pele e agindo sem pensar nas consequências, o comportamento delas chega a ser irracional.”
Mathias que interpreta Paul, descreve bem a trama: o casal (Paul e Tilda) já não está vivendo a melhor fase de seu relacionamento, por isso mesmo eles vão para a Ilha, tentar um recomeço, quando o ex de Marianne (Tilda), que também é um velho amigo do meu personagem aparece, aí mesmo que vai tudo pros ares.” E Ralph que interpreta Harry complementa: “é um triângulo amoroso muito interessante, ambíguo, sofrido e complexo.”
Com uma faísca perigosa interpretada pela nossa Dakota que nos deixa de cabelo em pe, mas prova que e uma atriz completa e peca rara em Hollywood, pode desfilar por todos os géneros, comedia, drama, romance e vai roubar a cena da mesma forma em todos eles.
Imperdível conhecer Penelope e assistir “A Bigger Splash”. Eu que já era fã do filme original, adorei o remake, que sim sofreu muitas mudanças, mas para mim ganhou mais sensualidade. Vale mesmo a pena conferir.
