Frente a Frente com Lady Gaga

Por: Ana Carolina Toccolini

Dia 22 de junho de 2013 embarquei num avião rumo a uma grande aventura. Fui pra Los Angeles, lugar que eu sempre sonhei em conhecer. Lá fiquei até o dia 1 de agosto.

Dia 8 de julho fui a uma grande livraria pra uma “noite” de autógrafos da Ariana Grande. Escondido no fundo de uma prateleira estava um unicórnio de pelúcia branco com várias listras coloridas. Brinquei com as minhas amigas que era um unicórnio gay e que se a Gaga fosse a Los Angeles naquele mês eu iria dar pra ela, e comprei o unicórnio.

A vida em Los Angeles era muito corrida, eu passava o dia todo na rua fazendo mil coisas. Como eu tinha esquecido meu celular aqui no Brasil e optado por não levar meu notebook, eu quase não tinha acesso à internet. Na segunda-feira, dia 15 de julho, depois de um dia longo batendo perna, cheguei em casa perto das 20h e peguei o notebook da minha amiga emprestado pra dar um sinal de vida pra minha família. Foi aí que eu vi a notícia de que a Gaga tinha sido vista em um estúdio em Los Angeles no dia anterior (domingo, 14).

Na hora o meu coração gelou! Eu estava exausta, mas não iria perder a chance de vê-la. A Gaga tem um apartamento no hotel Chateau Marmont, que é onde ela fica quando vai a Los Angeles. Peguei minha bandeira do Brasil (que na hora foi a única coisa que eu lembrei) e corri pra lá com uma amiga. Chegamos no hotel por volta das 21h30 e ficamos lá na porta com alguns paparazzi.

Perto das 23h30 o carro dela passou por nós e entrou na garagem. Eu ainda não conseguia acreditar que aquilo era real. Decidi que eu não sairia dali até conseguir vê-la, nem que eu tivesse que ficar lá por dias. Os ônibus lá paravam de circular às 2h30 e minha amiga insistiu que fôssemos pra casa descansar um pouco. Tudo bem, eu aceitei. Pedi pra que ela colocasse o despertador pra tocar às 5h, tomei um banho e fui dormir. Acordei assustada com a claridade batendo no meu rosto, olhei no relógio e eram 7h da manhã, o despertador não tinha tocado! Nunca me troquei tão rápido na minha vida!

Voei pro ponto de ônibus e ele demorou uma eternidade pra passar. Depois de meia hora dentro do ônibus percebi que tinha pegado o errado. Desci ali e fui a pé até o hotel, cheguei lá às 8h30. Depois de alguns minutos sentada na calçada, comecei a sentir fome e fui comprar alguma coisa pra comer. Estava parada no farol quando vi o carro dela passando e comecei a correr de volta do lado do carro.

Ele parou em frente à garagem e algumas pessoas da equipe da Gaga começaram a trazer malas e uma arara com os figurinos do vídeo que ela estava gravando, que no caso era Applause, mas não sabíamos ainda. O motorista veio conversar comigo e perguntou quem eu estava esperando, e eu respondi que era a Lady Gaga, com um pouco de medo dele me expulsar dali. Super simpático, ele falou pra eu ficar ali que em alguns minutos eu iria vê-la. Comecei a chorar na hora.

Às 9h30 ele entrou, a pegou e na saída parou na porta da garagem. Ela abaixou o vidro do passageiro e esticou o braço pra fora. Quando eu cheguei perto ela me puxou e me abraçou bem forte, ficamos assim por quase um minuto. O sol estava muito forte e ela estava usando regata e legging pretas, e um lenço preto que cobria o cabelo, o nariz e a boca. Ela pegou minha mão, olhou pra mim com aqueles olhos verdes grandes e disse: “Eu te vi aqui ontem à noite. Obrigada por ter esperado a noite toda!”. E tudo o que eu consegui fazer foi chorar mais ainda, então ela me abraçou de novo.

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Na outra mão eu estava segurando a bandeira e uma máquina fotográfica, e quando ela viu perguntou se eu queria um autógrafo. Eu fiz que sim com a cabeça e ela perguntou se eu tinha uma caneta. Revirei minha bolsa inteira atrás de uma caneta de tecido que eu tinha, mas não achava, e ela ficou me olhando esperando. Foi meio constrangedor. haha Enfim, achei a caneta e dei pra ela. Ela pegou a bandeira, perguntou meu nome e escreveu “Ana, I love you monster” e começou a fazer um desenho super concentrada, e até hoje eu não entendi esse desenho! haha

Nesse meio tempo tive um momento de lucidez (sim, eu estava totalmente abobada) e percebi que eu precisava falar alguma coisa. Quando ela estava terminando de assinar a bandeira eu falei: “Posso te falar uma coisa?” e ela: “Claro!” e olhou pra mim, prestando atenção.

Comecei a falar sobre uns problemas pessoais que eu tive e como ela havia me ajudado a superá-los, disse o quanto ela é inspiradora e importante na vida de milhões de pessoas. Me emocionei e comecei a chorar de novo, e dei outro abraço nela. Ela agradeceu muito, disse que fica feliz em saber que eu estou bem e pra eu continuar sendo positiva e seguindo no caminho certo.

Depois de aproximadamente 10 minutos, o Peter (segurança dela), que estava no banco de trás, disse que eles precisavam ir. Ela me agradeceu por ter ido até lá vê-la e disse que adorou me conhecer. Eu a agradeci por tudo e ela se despediu de mim com outro abraço. Sentei no ponto de ônibus pra ir embora e comecei a rir e chorar ao mesmo tempo. As pessoas me olhavam como se eu fosse louca!

No dia seguinte, minha amiga e eu passamos em uma loja de música e compramos dois pôsteres pra ela autografar e fomos lá pro Chateau. Dessa vez eu me lembrei de levar o unicórnio! Ficamos lá o dia todo e não conseguimos vê-la, então fomos embora à noite. No caminho de volta pra casa paramos num estúdio e eu tatuei o autógrafo que ela tinha me dado.

Na quinta-feira, 18 julho, voltamos pra lá e ficamos o dia inteiro esperando. Vários fãs passaram por lá, ficaram um pouco e desistiram de esperar, inclusive minha amiga, que foi embora no final da tarde. À noite começaram a colocar as malas no carro, ela estava voltando pra Nova York.

Às 22h o motorista entrou pra pegá-la. Além de mim havia mais 4 fãs e o Peter saiu pra avisar que ela ia parar pra falar com a gente mas que não era pra tirar foto. O carro veio vindo e parou na nossa frente e ela abaixou o vidro pra nos cumprimentar. Ela estava vestindo regata e legging pretas de novo, mas dessa vez sem o pano cobrindo o rosto, e o cabelo dela estava preso num coque. Um dos meninos perguntou como tinha sido a gravação do vídeo, ela respondeu que tinha sido ótima e que nós íamos adorar.

Ela autografou as coisas de todo mundo, e na minha vez eu falei: “Eu estava aqui anteontem, você autografou minha bandeira e eu tatuei”. E ela disse: “Eu lembro de você, Ana! Deixa eu ver a tattoo.” Mostrei pra ela, ela ficou passando a mão e falou: “Wow, incrível! Adorei!”, e autografou “Ana, we could belong together, ARTPOP” no meu pôster. Dei o unicórnio pra ela, ela agradeceu e deu um “beijinho de esquimó” nele. Ela me abraçou, se despediu de todo mundo e foi embora.

E foi assim que eu realizei meu maior sonho! Se você chegou até aqui, muito obrigada e espero que tenha gostado!

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