Eu lembro quando morava no Brasil que sempre sonhava em um dia estar nos EUA para ver as comemorações do 4 de Julho, Dia da Independência do país. Sempre assistia em filmes e seriados e achava interessante o orgulho que os americanos tinham de celebrar esta data tão importante para o seu país. Especialmente porque nós, brasileiros, temos uma relação diferente com nosso 7 de Setembro.
Lá se vão mais de 6 anos que comemoro o aniversário da pátria onde escolhi viver. Longe dos EUA ser um país perfeito, não é mesmo. Longe de ser fácil morar no exterior, afinal seremos sempre estrangeiros aqui, mas sem dúvidas, é bonito ver o amor deste povo pela sua nação.
As festividades do 4 de Julho que a gente assiste no cinema e na TV não são parte de um roteiro, mas retratam de fato o patriotismo de todas as etnias (brancos, negros, índios, asiáticos e latinos) que construíram os EUA. A população não só decora suas casas e carros com as cores da bandeira, como muitos se vestem e desfilam de vermelho e azul pelas ruas da cidade. Cafona? Claro! Mas não deixa de ser interessante ver as bandeiras penduradas por todos os lados, inclusive nas roupas e sapatos dos entusiasmados cidadãos.
Como nós brasileiros comemoramos o réveillon com fogos de artifício pelo país afora, os americanos celebram assim o 4 de Julho. E verão aqui e as famílias e amigos se reúnem para um tradicional churrasco e piquenique, seja no parque, na praia ou em casa, é dia de festa.
A prefeitura das cidades, tanto as metrópoles, quanto no interior, sempre promove vários eventos neste que e um dos feriados mais populares no país. (creio que perca apenas para o Dia de Ação de Graças em novembro).
Em Los Angeles tem queima de fogos em Downtown (centro da cidade), no Hollywood Bowl com a Orquestra Sinfônica, no Hollywood Cemetery (onde fui ano passado) e em Marina Del Rey, onde estive com amigos neste última segunda-feira.
Foi mágico e como estamos habituados a ver a explosão de fogos no céu no ano novo, eu senti uma sensação que estava em Copacabana no dia 31 de dezembro. Como fazem alguns anos que não passo a virada no Brasil, foi uma forma boa de matar as saudades de casa.
Claro que ninguém se abraça, mas a empolgação da galera é grande e nos contagia. Especialmente depois de um dia de brindes nos badalados bares de Venice Beach, onde tenho sempre a impressão de estar num episódio da serie The O.C., que diga-se de passagem me inspirou a mudar para a Califórnia alguns anos atrás.
Apesar de todos os desafios que é viver na terra estrangeira, eu acho válido e divertido comemorar o dia 4 de Julho e meu coração, que será sempre verde e amarelo, torce para que um dia nosso povo também celebre com todo esta devoção o Brasil, que apesar dos pesares, ainda é o nosso belo e eterno porto seguro.
Enquanto isso, compartilho com vocês esta segunda-feira de festa que mais parecia o início de um novo ano, que de certa forma para os americanos de fato vem a ser, um novo ciclo nasce a cada 4 de Julho nos lembrando de celebrar a vida, a nação e o verão.
Como é ver a queima de fogos do 4 de Julho em uma cemitério? Confiram: