Por: Luana Mattos
If you speak English you can read this article here: Interviewing Wm. Paul Young
Ler um livro é como assistir a um filme, a diferença é que em sua imaginação os recursos são infinitos, e os efeitos especiais não são limitados ao que a tecnologia pode fazer, em um livro, embora você não escolha o roteiro, você é responsável por todos os detalhes do cenário. Grandes livros deram origem a filmes vencedores de Oscars e é por isso que o Hollywood é Aqui deseja começar 2013 incentivando a leitura, e para abrilhantar essa matéria contamos com uma entrevista exclusiva com o autor do bestseller “A Cabana”, William Paul Young, que carinhosamente atendeu o nosso pedido e nos concedeu uma entrevista para falar de seu novo livro, “A Travessia”. Confiram.
HEA: Você considera seu primeiro livro um “acidente”, você não tinha ideia do quão bom, ou quão longe ele chegaria. Mas quando você escreveu “A Travessia”, você tinha algo em mente? Que público você queria alcançar?
Wm.: Eu estava com uma aspirante a escritora algumas noites atrás e perguntei a ela: “Se a sua arte, neste caso a escrita, tocasse apenas uma vida, isso seria o suficiente?”. Ela pensou antes de responder e então ela disse: “Não, isso não seria o suficiente.” Eu disse a ela: “Então você não entende o valor do ‘um’, você nunca deixará as 99 para ir atrás de apenas um (como Jesus faria).” E ela entendeu.
Eu não escrevo com uma programação tentando fazer as pessoas mudarem de ideia. Eu prefiro estar na atividade criativa de explorar uma questão ou descobrir e ampliar o espaço criativo. Outras pessoas são capazes de ouvir por si só.
HEA: Todos os diálogos em A Cabana e A Travessia são realmente tocantes e cheios de sabedoria, quando você escreve como Deus, Jesus e o Espirito Santo você considera como sendo suas próprias palavras ou você acha que você é um canal para transmitir as palavras deles?
Wm.: Em vez de imagens e metáforas de canalização, eu prefiro muito mais entender isso como um relacionamento. Como seres humanos, nós todos estamos crescendo e mudando. O que você acredita hoje será consideravelmente diferente em dez ou vinte anos, e ainda assim você acha que você está completamente certo hoje. Eu sei que eu não estou. Eu acredito que há um Deus que não apenas nos convida a participar, mas que não fará muitas coisas sem a nossa participação. Portanto, temos de assumir que Deus está disposto a participar com as pessoas erradas e imperfeitas. Afinal, Deus participa com as pessoas erradas o tempo todo na criação de novos seres humanos (concepção) e, em seguida, participa com eles no modo como eles criam seus filhos, e os seres humanos cometem muitos erros como pais. Eu não escrevo meus livros ou crio os meus filhos sozinho, mas Deus também não fará isso sozinho… Nós participamos juntos nisso. É por isso que a vida e a criatividade tende a ser uma bagunça, porque você e eu fomos convidados a participar.
HEA: A Travessia foi inspirada em alguém próximo a você? Um parente, um amigo? Qual foi sua inspiração para escrever este novo livro?
Wm.: Mesmo que seja um “acidente” (não do ponto de vista de Deus) que me tornei um autor publicado, eu sempre fui um escritor, especialmente para os amigos e familiares. Isso nunca vai mudar. A inspiração é um evento da comunidade. Nenhum ser humano é uma ilha para si. As nossas histórias juntos, nossas conversas, a música que ouvimos, as escolhas que fazemos, a maneira como um arco-íris nos toca, nossas orações, nossa capacidade de pensar sobre ideias… Estas são apenas algumas das influências que trabalham juntos para inspirar.
HEA: Você visitou o Brasil em 2011 e teve a oportunidade de conhecer seus fãs brasileiros e falar abertamente sobre A Cabana, você tem planos de vir ao Brasil este ano para promover A Travessia?
Wm.: Eu gostaria de voltar, talvez desta vez com Baxter Kruger, o autor de “De volta a Cabana”, que é um amigo maravilhoso. Eu amei as duas visitas que fiz ao Brasil e encontrar brasileiros que estão entre os mais amáveis, espiritualmente sensíveis e as pessoas mais acolhedoras do planeta. Vamos ver.
HEA: E para terminar, o que você gostaria de dizer a todos os adolescentes brasileiros, por que eles deveriam ler A Travessia?
Wm.: Eu não sou ninguém para dizer a alguém o que eles “deveriam” fazer . Pelo contrário, eu gostaria de convidar você para a história e a conversa que vai aumentar tanto dentro de seu próprio coração e também dentro de pessoas da sua comunidade que lerem o livro. A Travessia é uma história que explora e levanta novas questões. Eu nunca parti de um ponto esquematizado como “Lições de Vida”. Eu prefiro criar espaço, ou empurrar as paredes do espaço existente e dar lugar para os outros ouvirem dentro desse cenário o que é que Deus quer dizer. Dito isto, certamente há temas em que eu escrevo, como o valor de cada pessoa, de um Deus que é bom o tempo todo, independentemente da nossa percepção do caráter e natureza do que Deus é, e que Deus está envolvido dentro dos detalhes de nossas vidas com grande respeito e carinho independente de nossa capacidade de executar ao credo religioso ou exigência. Que todos se tornem pessoas que acreditam que a vida é maior do que a morte!