Inspiradas por “Cidades de Papel”, livro do mestre John Green, minha amiga Nancy e eu colocamos o pé na estrada rumo ao norte da Califórnia e aos estados do Oregon e Washington, na costa leste dos EUA. A primeira parte desta fascinante aventura, que incluiu assistir ao jogo do Brasil na Copa do Mundo num saloon de cowboys, vocês já podem conferir aqui:
Road Trip – Norte da Califórnia
Uma fã de The OC não conseguiria chegar a cidade de Eureka, quase na fronteira da Califórnia com o Oregon, sem lembrar da cena épica de Seth Cohen, que comemorava com Ryan Atwood seu plano mirabolante para trazer Summer Roberts de volta:
A cidade de Eureka faz jus ao nome que tem, posso dizer que lá descobrimos um mundo novo: bem semelhante ao que Veronica Roth descreve como: Dauntless Compound (a facção dos audaciosos) em seu livro “Divergente”.
A maioria das pessoas que encontramos usam piercings, tatuagens, (sim no plural), vestem preto e têm cortes de cabelo ousados (como o de Demi Deusa) e os pintam de cores fortes (azul, roxo, rosa). Apesar da proximidade do mar, e do porto da cidade, as ruas de Eureka são desertas e a impressão que dá é que a maioria da população vive escondida tocando música em algum porão. E provamos isso quando chegamos no cafe “Bless my soul” (“Abençoe minha Alma”), que estava lotado, o que não vimos de gente na rua, encontramos saboreando a comida deliciosa do lugar, que por sinal também serve uma cerveja fantástica produzida na região.
Eureka é um lugar interessante, a combinação perfeita do “Pit” (o coração da facção dos corajosos) com a facção da Amizade, já que a maior parte do comércio local tem nomes que inspiram energia positiva, como a sorveteria: “Living the Dream” (“Vivendo o Sonho”) – , e muitas lojas vendem incensos, velas, produtos orgânicos, florais, tudo para manter a calma e a paz.
É como se aquele grupo de pessoas nunca tivesse deixado de viver o movimento hippie dos anos 70. Realmente uma viagem no tempo, vale a pena conhecer! Até os creditos da mansão da família Adams são dados a uma casa local, que diz a lenda ter inspirado os produtores do filme. Eureka é uma descoberta e tanto!
E no clima de paz e amor, partimos para o mato, e fomos explorar os belos parques da região, já no estado do Oregon. Nunca tinha ido a uma caverna antes, e confesso que foi um dos lugares mais incríveis que já estive em minha vida. Impressionante a arte que a natureza constrói sozinha. Fizemos um tour de 90 minutos, com um grupo pequeno, com um guia nos explicando os detalhes de cada formação. Inesquecível! Mágico! Não tenho mesmo palavras para descrever o espetáculo, mas certamente valeu a pena. E pretendo visitar outras cavernas pelo mundo afora.
Enquanto dentro da caverna é bem frio, a temperatura do lado de fora estava alta e o ar bem mais úmido que na Cali. Ainda assim, depois de vivermos nossa experiência a la Batman, fizemos uma bela caminhada pelo parque. E no alto da montanha nos sentimos aquela paz, que só a natureza nos traz.
Depois de energizar o corpo e a alma entre as árvores e passáros na floresta, como os cowboys nos tempos de faroeste, fomos procurar um lugar para pernoitar. E paramos em Jacksonville. A viciada em séries aqui não poderia deixar de fazer uma referência a “Hart of Dixie”, já que apesar de estarmos bem longe do Alabama, a cidade é a cara de Bluebell. Parece que a qualquer momento íamos dar de cara com Zoe Hart na rua principal.
Uma coisa é certa Jacksonville é a cidade mais alegre que conheci nos últimos anos, e isso inclui LA e NY. O povo é uma simpatia e te abraca (literalmente!) em todos os lugares que você chega. Apesar de ter 1 pub e 1 restaurante badalado, me senti no Rio de Janeiro. Todos chegam, se cumprimentam, falam alto, a música (seja ao vivo ou jukebox, ou ambos!) é animada e o fim de noite lá me lembrou as noites no Baixo Gávea, um dos meus lugares favoritos na Cidade Maravilhosa. O astral daquela pequena cidade, entre as montanhas do Oregon, é contagiante. Depois de um noite pra lá de divertida, fomos embora de Jacksonville cedinho, com o coracao partido, e a promessa de um dia voltar para rever os muitos BFFs que fizemos nas 12 horas que passamos por lá.
Nada como uma road trip para refrescar a cabeça e como diz John Green em Cidades de Papel: “aprendermos mais sobre nós mesmos”.
E no próximo capítulo, nossa cidade favorita: Portland e a beleza de Seattle.