É sempre uma alegria ver brasileiros se destacarem na indústria do cinema. Imagina qual foi o meu prazer em ver ao vivo e a cores José Padilha, um dos mais respeitados cineastas brasileiros, e Wagner Moura, uma das nossas maiores estrelas, falando sobre a acalmada série “Narcos” no evento da Television Academy, organização responsável pelo Emmy Awards (o Oscar da TV) no estúdio da Paramount em Hollywood.
A série do Netflix, dirigida por Padilha e protagonizada por Wagner, que foi indicado ao Globo de Ouro, na categoria melhor ator drama, por sua brilhante atuação como o traficante Pablo Escobar, é sem dúvidas uma obra-prima. Eu assisti a primeira temporada logo depois da estreia no ano passado, mas tive o prazer de rever o primeiro episódio antes do bate-papo que contou com a presença não só dos brasileiros, mas também de Eric Newman, produtor executivo e do ator Boyd Holbrook, que interpreta o policial Steve Murphy, que narra a história do Cartel de Medellín: a organização criminosa mais violenta, cruel e rica da história do crime moderno. E o único homem que controlava tudo… Pablo Escobar. (fonte: Netflix Brasil).
A conversa teve um foco mais social do que uma simples promoção do seriado para uma vaga na concorrida lista de indicados ao Emmy. Padilha apontou a responsabilidade dos EUA que é um dos maiores consumidores de cocaína no mundo, no tráfico de drogas internacional: “se as pessoas nos EUA pararem de comprar, vão parar de produzir”. E disse também que na Colômbia, ao contrário que muitos pensam, “se consome menos drogas que aqui, o melhor deles é para a exportação.” Wagner ressaltou a importância de um sistema educacional mais eficaz em todo o mundo, especialmente países da América Latina (isso inclui o Brasil) para que os jovens não precisem mais se envolver no tráfico de drogas.
Mas, claro que os produtores executivos e atores também contaram alguns segredos dos bastidores: “Eu era muito magrinho pro papel e tive que engordar e aprender espanhol, conta Wagner, que não falava uma palavra do idioma. Já Boyd contou que fez um treinamento em “Quântico”, o quartel general do FBI, com os próprios agentes, “foi um desafio grande, meu treinamento foi o mesmo que os agentes calouros fazem, e pesado, mas hoje posso prender um traficante de verdade.”
E depois de um bom papo nada melhor do que saborear uns drinks e um jantar especial oferecido pelo Netflix para celebrar uma de suas séries mais populares, ainda melhor que, neste caso, tanto o protagonista e o diretor têm coração verde e amarelo, nos jardins da Paramount. Foi realmente uma noite especial e agradável, mas acima de tudo feliz, por ver o Brasil bem representado em Hollywood.
Confiram por que na coluna “Só Seriados” elegemos “Narcos” como uma das 7 melhores séries de 2015: