Death Valley: aventura no deserto

Para nós brasileiros que nascemos num país tropical, o deserto é quase um personagem misterioso do nosso livro de geografia.

Depois que me mudei para a Califórnia, passei a conviver com este magnífico universo, palco de mais um fascinante espetáculo da natureza.

Já fui ao Coachella, festival de música no deserto próximo a Palm Springs, assim como visitei Las Vegas, o oásis em Nevada, mas confesso que nunca tinha ido a um lugar como o Death Valley (Vale da Morte). Os garimpeiros deram este nome à região na época da corrida do ouro, quando sofreram para fazer a travessia deste imenso deserto onde foram registradas as maiores temperaturas dos EUA e a segunda maior do mundo.

A viagem em si já é mágica, nas estradas que nos levam até o parque nacional vemos a atmosfera ir se transformando aos poucos, são apenas 4 horas e meia de Los Angeles até a entrada principal do Death Valley, mas parece literalmente que estamos viajando para uma outra galáxia. Talvez não por coincidência o clássico “Guerra nas Estrelas IV – Uma Nova Esperança” tenha sido rodado lá.

O parque é gigantesco e para visitá-lo é preciso estar preparado para passar muitas horas no carro, as distâncias entre um ponto turístico e outro chegam a ser de 2 horas. Levem bastante água e beliscos para o passeio, você não vai encontrar nada pelo caminho, exceto banheiros perto de cada uma das atrações. O ideal é evitar o verão, por conta das altíssimas temperaturas, a melhor época para fazer este passeio é entre os meses de outubro e abril. Nos fomos em maio e estava bem quente, mas o calor de dia ainda estava tolerável, à noite, como é típico no deserto, faz bastante frio (a temperatura despenca de 40 graus para 10 graus, aproximadamente). Por isso é uma viagem que você tem que levar roupas leves, mas não pode esquecer os casacos.

No primeiro dia, visitamos pontos badalados como o BadWater Basin, que fica a 86 metros abaixo do nível do mar, e e o ponto mais baixo dos EUA é o chamado Devil’s Golf Course (O Campo de Golfe do “Diabo”).

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Na era pré-histórica havia neste local um lago, chamado Manly, com a mudança climática, que transformou a região em um deserto, o lago evaporou e os sais que estavam no fundo cobrem até hoje o chão do BadWater Basin. E são eles que, com a ajuda do vento, formam o Devil’s Golf Course. É um espetáculo à parte. O céu azul, as montanhas cobertas por areias coloridas, a ideia que você está pisando num local que um dia foi um gigantesco lago, as raposas que cruzam o seu caminho respeitosamente na estrada, a ausência total da civilização que estamos acostumados a ver, com exceção dos 3 hotéis/campings do parque, cada um tem uma loja de conveniência, um posto de gasolina e um restaurante e ficam a mais de 1 hora de distância um do outro fazem do Death Valley um dos lugares mais incríveis e interessantes que já fui em toda a minha vida. Os detalhes da nossa experiência acampando no deserto e enfrentando um tempestade de areia que nos obrigou a dormir no carro, eu deixarei para a semana que vem.

Agora gostaria de convidá-los para embarcar nesta viagem conosco, onde o glamour não está no tapete vermelho, nas celebridades e nos holofotes como em Hollywood mas na vida especial e única que existe só no Vale da Morte.

Confira o video e veja com seus próprios olhos: